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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Criopreservação

Fiz uma biopsia de ovário para tentar preservar minha fertilidade.
Após a quimioterapia pode-se ficar estéril, e pensando nessa possibilidade me submeti a esse procedimento, mesmo não querendo muito.
Me internei no domingo 31 por volta das 17h. O Daniel passou o dia todo grudado em mim, parecia que estava adivinhando... Tomei um banho, jantei e fiquei no MSN esperando o Fernando para conversar. Depois fiquei conversando com a Natis e jogando Campo Minado. Isso me ajudou, pois o tempo passou rapidamente.
O procedimento foi feito dia 01 pela manhã. Recebi anestesia geral. Lembro que da última vez que olhei no relógio era pouco mais de 7:30h. Fui anestesiada por um médico super especialista, professor titular e livre docente da UNIFESP. Me senti muito tranquila e preferi a anestesia geral ao invés da raqui. Já tomei a raqui três vezes e não queria tomar novamente...
O único incômodo da anestesia geral é que quando é injetada na veia se sente muita dor, pensei que minha mão (onde estava o acesso) e meu braço estavam sendo cortados. Mas dá um sono tão gostoso...
Acordei umas 10:30h com muita dor, a auxiliar ligou o tramal na minha veia e logo começaram as naúseas. Por duas vezes quase vomitei, mas a dor abdominal era tão grande que não conseguia vomitar.
Quando cheguei no andar o Fernando estava lá. Nesse meio tempo ele já tinha perguntado mais de mil vezes para as auxiliares do andar, tinha ido ao centro cirúrgico e até na clínica de reprodução humana para tentar ter notícias. É um descaso total, basta dizer que é paciente do SUS (que era o meu caso) que as pessoas se tornam mal educadas e não se esforçam para ajudar em nada. A única coisa que sabem dizer é que precisa esperar... Pobre não tem direito de nada. Acho até que é falta de humanidade.
Enfim, nos falamos por alguns minutos no quarto, mas eu estava sem dor e estava com tanto sono, que não conseguia conversar. Ele foi embora e fiquei dormindo.
Quando chegou o horário de visitas eu continuava dormindo. A Natália, minha mãe, o Fernando e dona Ivaneide foram lá. Ficamos conversando, mas eu estava com muito sono ainda. Meus calcanhares estavam anestesiados de tanto ficar na mesma posição. O Fe massageou e melhorou um pouco.
Depois que eles foram embora veio o jantar, uma sopinha com cara bem industrializada. Depois que retirei a sonda vesical continuei dormindo até o dia seguinte.
Sai do hospital 11:00h e mesmo me queixando de dor no peito que me impedia de respirar direito, fui liberada.
O Daniel estava almoçando quando cheguei. Ele ficava falando que tinha ficado com muita saudades... Lindo! Nunca haviamos ficado mais de 1 dia longe. Essa foi uma parte bem difícil.
Em casa tomei uma sopa de verdade, feita pela minha mãe e passei a tarde com a Nandinha lá em casa. A dor persistia, às vezes melhorava e às vezes piorava. Chegou uma hora que não aguentei mais e fui para o Pronto Socorro. Fiz um monte de exames, tomei vários remédios e me senti melhor.
Dormi bem a noite toda. Bendito tramal (é um analgésico bem potente).
Ao contrário do que a médica da Reprodução Humana (ginecologista) disse não foi nada tranquilo...
Me desculpem os ginecologistas, mas cada vez mais tenho a impressão que eles não sabem nada.
No dia 03 passei em consulta na reprodução humana e o médico, ao contrário do que havia dito antes, disse que não daria para usar os medicamentos para estimular meus ovários para tentar congelar meus óvulos, por causa da massa tumoral. Só havia um medicamento, mas que, no máximo, conseguiria uns 5 óvulos. Muito pouco. Decidi deixar isso para lá. Não vale a pena tanto esforço para quase nada.
Mas creio que Deus está no controle das coisas. E não me arrependi mais de ter feito a biopsia de ovário, já que agora essa será a única chance que terei, caso fique estéril.

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