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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mastectomia - 2º dia

Haja visto que um dos objetivos deste blog é ser um diário, vou descrever (ou tentar) diariamente.

A noite eu dormi bastante por conta do efeito da anestesia. Mas comecei a acordar de tempos em tempos desde logo cedo... Não sei se vocês concordam, mas hospital é o pior lugar para se dormir... Cada três minutos e meio entra alguém, por algum motivo no quarto e sempre nos acorda...

A dor era insuportável. Chegou uma hora que comecei a chorar... Até falar doía, pois não dava para respirar direito. Minhas amigas da faculdade ficaram de ir me visitar, mas eu pedi para o Fernando ligar e avisar que não daria para recebê-las naquele dia... (Desculpinha meninas!)

Graças a Deus, quem estava cuidando de mim no dia era um auxiliar extremamente humano e compreensível. Assim que o médico passou para me visitar, logo ele tratou de preparar o Tramal e foi muito sensato em pedir para uma moça retirar minha sonda vesical. Esse tipo de profissional, infelizmente, é raro... Vou mandar um elogio para o site do hospital.

Esse dia se dividiu em dois: antes do banho e depois do banho.

Assim que a sonda foi retirada, já me levantei. A auxiliar e o Fernando me ajudaram. Senti muita dor no peito, era muito difícil até respirar. Eu fui tomar um banho, ou pelo menos um meio banho... O Fe me ajudou. O chuveiro é que não ajudou muito, pois ficava intercalando entre água muito quente e muito fria... Quando sai do banho eu era outra pessoal. Isso já era quase 17h.

Minhas amigas da faculdade (Dani e Érika) foram me visitar (como elas são meu super trio, disse que elas poderia ir). Senti muita vergonha, pois eu estava acabada... Foi a primeira vez que alguém me via sem o lenço, que eu resolvi abandonar, não conseguia ajeitar direito e não dava para ficar me preocupando com isso naquele momento de tanta dor.

Infelizmente perdi o acesso venoso e tive que ser puncionada novamente. Cada vez que tem que puncionar é uma angústia, pois agora me restou apenas a mão esquerda, que já era a piorzinha...

O Fe aproveitou para ir para casa tomar um banho e elas ficaram comigo. Foi muito especial, elas me ajudaram muito, me levaram uma Nossa Senhora Aparecida tipo boneca de pano, ficaram lá conversando por horas... Até comidinha na boca elas me deram... Foi muito engraçado, a Dani me deu a panqueca com arroz e algum legume que não conseguimos saber o que era (!) e a Érika ficou me dando a sopinha, ficavam intercalando... Obrigada amigas!

O médico foi lá novamente e eu disse que não teria condições de ir para casa, por conta da dor que ainda era muito forte. Ele deixou as coisas comigo e disse que voltaria no dia seguinte.

Quando o Fernando voltou eu já estava outra. O bom papo com minhas amigas, seu entusiasmo e alegria me contagiaram e eu fiquei muito bem.

"Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro. Nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé. Um amigo fiel é um remédio de vida e imortalidade; quem teme ao Senhor, achará esse amigo." Eclo 6,14ss

Depois refleti muito sobre a atitude das minhas amigas. Tem tantas outras pessoas que conheço há mais tempo, mas que não tiveram "tempo" para fazer o que elas fizeram... Eu não sei se eu é que estou muito sensível, mas sinto que muitos que eu considerava amigos, não estiveram em nenhum momento comigo... Mas essa é uma reflexão que quero escrever num post à parte.

Terminei o dia com menos dor, mas ainda muito intensas. Eu sinceramente não imaginava um pós-operatório tão dolorido. Vamos ver amanhã.

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