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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Praia

Mesmo saindo a noite e depois de uma biópsia na mama e na axila ainda tive ânimo de viajar. Não por mim, mas pelo Daniel, que desde a Páscoa não parava de falar que queria ir para a praia.

Resolvemos viajar por ele, para comemorar meu aniversário de 30 anos, talvez a despedida de uma vida 'normal' e quem sabe nos fortalecer para o que está por vir.

Chegamos na segunda mais de meia-noite e já fomos dormir.



No dia seguinte o Daniel estava muito animado para ir para a praia. Mal podia esperar tomarmos café.

Demos de presente para ele uma escavadeira com um trator... Ele adorou e já levou para a areia junto com o caminhão, o balde, as pás... Tanta coisa.

Para nossa surpresa aquela praia com ondas tão calmas, de água quentinha e areia lisinha que encontramos na Páscoa havia desaparecido. Agora as ondas eram mais fortes, a água era fria e a areia bem grossa... Acho que devido à época do ano, mudança de estação, sei lá.



O fato é que nada disso impediu nosso pequeno de se divertir.

Aproveitamos bastante essa terça-feira. O difícil era convencer o Daniel de perder um pouco de tempo para poder comer ou beber alguma coisa...

Mas comecei a ficar preocupada, pois ele já estava com uma tosse seca desde antes de viajarmos. Agora a tosse se tornara produtiva, ele começou a 'chiar' e ficar febril. No jantar ele não aguentou e dormiu.



Como os sintomas começaram a se exacerbar levamos ele ao posto médico que fica dentro do condomínio onde estávamos hospedados. Chamar de posto médico é ser bem simplista, pois era praticamente um mini-hospital. Graças a Deus o médico de plantão era muito competente, pela percussão disse que parecia ter uma área de comprometimento. Ele fez inalação e conseguimos dormir.

No dia seguinte apenas passamos um tempinho logo cedo na praia e já fomos embora. Estava frio, ventando muito e como ele não estava mais tão animado, nem disposto a entrar na água achamos melhor ir direto para o hospital.

Esperamos 2 horas para sermos muito bem atendidos por uma médica pediatra e pneumologista formada na 15ª turma de Mogi. Como diz meu professor de pediatria sempre encontramos um Jacaré por ai... Me senti bem segura e não é que aquele médico estava certo: havia realmente um foco de opacidade exatamente onde ele dissera!

Chegamos bem tarde em casa, mas foi uma boa viagem.

Por alguns instantes diante daquele mar tão bonito tinha a impressão que não estava acontecendo nada de anormal comigo. Que minha vida estava se seguindo. Que nós apenas estávamos descançando da correria de sempre: faculdade, plantões, cuidados da casa e do Daniel... Maldita doença escondida, que não mostra sua cara e que nos faz ter esse tipo de impressão de normalidade, enquanto nos deteriora do pior modo possível.





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